Ana Carolina teve um desenvolvimento normal até os 6 anos de idade. Frequentou Educação Infantil e já era uma criança alfabetizada. Aos cinco anos levei no oftalmologista, mas nada constou. Quando em 2010 ingressou no primeiro ano do Ensino Fundamental. Como mãe e professora achei que minha filha seria a melhor aluna da escola. Mas não foi bem assim. Ana Carolina escrevia tudo errado. Copiava tudo errado da lousa. Mas como uma criança alfabetizada regrediu tanto. Eu não admitia. Exigia muito dela. Filha você sabe, porque seu caderno está assim? Cobrei demais dela. Mas não sabia que já era da doença. Levei novamente no oftalmologista, depois de 5 meses aí sim a Dra viu uma mancha na retina dos dois olhos. E esse ano de 2010 ela foi perdendo a visão gradativamente. Para nós era uma angústia, mas ela nunca reclamou que não estava enxergando. Ainda em 2010 no final do ano, fui buscá-la na escola. E na cadeirinha do carro teve a primeira crise convulsiva. Estava o perdendo a visão, mas sem nenhum diagnóstico. Fez eletroencefalograma, a médica disse que era epilepsia, mas que não tinha nada haver com a visão. Em 2011 consegui uma consulta no HC de Ribeirão Preto. Fizeram uma entrevista desde a minha gestação até aquele momento. Naquele dia meu chão desmoronou, o médico falou que poderia ser A doença de Baten. Mas que iria fazer a biópsia de pele. Começou o ano letivo e a Diretora do SESI, onde minha filha estudava, convidou a nos retirar, como Ana Carolina estava sem enxergar lá não havia monitora para ajudá-la. A primeira vez que senti a dor do preconceito.


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